Introdução
Em meu novo livro, "A Arte
do Encontro", incursiono novamente na literatura com um romance
autobiográfico apresentado de forma ficcional, que enfatiza o meu lado mais
pessoal, espiritual, místico e imaginativo, uma representação mais próxima da
minha experiência individual. A vida dos personagens é apresentada a partir de
um encadeamento de encontros e desencontros significativos, com “flashbacks”,
não necessariamente seguindo uma sequência de causa e efeito ou previsível.
Este livro foi escrito em português inspirado na famosa frase do poeta
brasileiro Vinícius de Moraes “A vida não é brincadeira, amigo. A vida é a arte
do encontro. Embora haja tanto desencontro pela vida”. Como e quais foram esses
encontros e desencontros? Venha saber!
Sinopse
Inspirado na famosa frase do poeta brasileiro Vinicius de Moraes, " A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", este romance mostra que essa dualidade (vida e destino) sugere que a vida não é apenas uma série de eventos aleatórios, mas sim a ocorrência de encontros e desencontros que moldam o caráter e a essência da alma. A vida é o palco e o destino o fio condutor. Os personagens são apresentados a partir do encadeamento de encontros e desencontros significativos, possivelmente promovidos pelo destino, e as escolhas intuitivas que determinaram como o protagonista conduziu a sua jornada. Começa com o seu encontro com Anima, personagem que representa sua alma, vida e destino, e é a narradora da história. Passa pelo desenvolvimento da sua identidade como homem na adolescência e na vida adulta, por afetos e desafetos, pela sua afirmação na maturidade, e por um encontro transcendental, místico, um amor impossível, que incluiu a superação de desafios, momentos inesquecíveis e coisas inexplicáveis, e terminou sendo “o que tinha de ser”.
Resenha
Leia a seguir uma resenha completa dos capítulos do livro.
Prologo
“O Encontro com Anima”
O prólogo da obra A Arte do Encontro funciona como porta de entrada poética, filosófica
e simbólica à jornada do protagonista, Zé Roberto, e antecipa o tom existencial do romance.
Narrado pela figura de Anima, arquétipo junguiano do feminino interior, o capítulo propõe
uma reflexão profunda sobre a identidade, os afetos e o mistério da consciência.
A narrativa parte de dados aparentemente objetivos: a biografia de Zé Roberto — paulista,
músico, executivo e professor expatriado. Contudo, rapidamente rompe a linha da simples
memória factual para mergulhar numa dimensão simbólica e psicológica. A voz narrativa
passa a ser da própria Anima, que revela sua função: conduzir o herói em sua jornada interior,
despertando sensibilidade, intuição e autoconhecimento.
O ponto alto do prólogo é a cena no espelho. Ao se encarar, Zé não vê apenas sua imagem,
mas uma mulher que o observa de volta, sorrindo sozinha, independente do seu gesto. O
espelho, símbolo do inconsciente, se transforma em um portal. A aparição de Anima é
descrita com tensão e espanto — um encontro consigo mesmo em sua forma mais misteriosa
e feminina. Este trecho pode ser lido como um rito de iniciação psíquica, no qual o
protagonista é confrontado com sua parte oculta e essencial. A saída de Anima do espelho
representa a integração do inconsciente à consciência — um tema central na psicologia
analítica de Carl Jung.
Embora a citação de Vinícius de Moraes evoque os desencontros da vida cotidiana, o capítulo
amplia o significado de “encontro”: mais do que relações externas, o livro se propõe a
investigar o encontro com o outro interior — com as emoções, dúvidas, sonhos e potenciais
não realizados. Nesse sentido, o texto convida o leitor a uma leitura reflexiva de si mesmo,
não apenas do personagem.
A escolha de uma narradora simbólica (Anima) é um acerto literário ousado e eficaz. Dá ao
texto uma voz feminina interna, ao mesmo tempo acolhedora e provocadora, e permite que
o autor explore temas subjetivos com delicadeza e profundidade. A escrita alterna entre o
tom confessional e o metafórico, equilibrando narrativa e poesia.
Conclusão: O prólogo de A Arte do Encontro apresenta com beleza e profundidade o
propósito do livro: explorar os encontros que nos constroem, externos e internos, racionais
e afetivos, conscientes e simbólicos. Ao colocar Anima como guia da narrativa, o autor
transforma sua autobiografia em um diálogo com o inconsciente, num convite à
reconciliação com a totalidade do ser. Um começo potente, sensível e instigante, digno de
uma jornada de alma.
Capítulo 1
O Encontro com Pai e Mãe
O capítulo de abertura, ambientado em São Paulo no simbólico ano de 1945, mergulha o leitor na
origem afetiva e simbólica do protagonista, Zé Roberto. Nascer no exato dia da rendição da
Alemanha nazista, e do fim oficial da Segunda Guerra Mundial na Europa, marca profundamente a
narrativa — não apenas como dado histórico, mas como símbolo de esperança, recomeço e
sensibilidade. Essa coincidência de datas adquire um tom poético que antecipa o espírito do livro: a
vida como encontro entre destinos e significados ocultos.
A história familiar é narrada com ternura e riqueza de detalhes. O pai, Roberto, representa a
racionalidade, o senso de responsabilidade e os valores tradicionais; a mãe, Regina Diva, simboliza
a sensibilidade, a arte e o universo interior. A convivência desses dois mundos — o pragmático e o
sensível — molda o ambiente onde Zé Roberto cresce: um lar musical, culto e, ao mesmo tempo,
estruturado.
O texto destaca como as experiências da infância são fundamentais na formação da identidade. O
fascínio por aviões, os desenhos animados no cinema, os jogos de rua e os primeiros contatos com
música e eletrônica são descritos com leveza, mas não superficialidade. Esses elementos não apenas
constroem a memória afetiva do personagem, como também revelam os alicerces de suas futuras
escolhas.
Outro ponto importante é a ambiguidade entre liberdade e imposição: o pai permite escolhas, mas
impõe limites — como quando o obriga a trabalhar após ser reprovado na escola. Esse gesto, longe
de ser um castigo punitivo, é apresentado como um rito de passagem: Zé descobre o valor da
responsabilidade, do esforço próprio e da autonomia — sentimentos que marcam a base de sua
formação adulta.
Nos trechos finais do capítulo, o autor começa a desenhar os primeiros contornos de uma
inquietação existencial. Ainda que cercado de afeto e boas condições, Zé Roberto já sente que há
algo mais a ser vivido, algo que transborda a lógica do “plano de vida”. É aí que surgem as primeiras
fagulhas do desejo por autenticidade — uma busca que atravessará todo o romance.
Dimensão simbólica e psicológica
Este capítulo pode ser lido como uma representação simbólica do nascimento da alma. O
“encontro” com pai e mãe é também o encontro com as duas polaridades internas: o princípio
estruturador (pai) e o princípio inspirador (mãe). Zé é o fruto vivo dessa tensão criativa entre o dever
e o sonho.
Do ponto de vista junguiano, essa dualidade representa o início da jornada de individuação. A casa
com suas músicas, livros e histórias de vida torna-se o primeiro “templo interior”, onde o herói
começa a moldar seu ser no mundo.
Destaques e temas emergentes
• Nascimento e história pessoal como símbolo coletivo: a vida individual entrelaçada com a
história da humanidade.
• Família como espaço de formação psíquica e estética.
• Relação pai-mãe como dualidade arquetípica: razão e emoção, ordem e inspiração.
• Primeiras experiências de trabalho e autonomia como formação de identidade.
• Música como fio condutor afetivo e espiritual ao longo da vida.
Capítulo 2
O Primeiro Amor
Entre jacintos e bilhetes de amor: o despertar da sensibilidade amorosa
O capítulo 2 do livro A Arte do Encontro, intitulado O Primeiro Amor, mergulha com ternura
na memória afetiva de Zé Roberto, o “Zé Bicicleta”, trazendo à tona seu segundo grande
encontro da vida: o amor juvenil vivido no bairro de Mirandópolis, entre ruas batizadas com
nomes de flores e a doçura da inocência pré-adolescente.
Em um cenário quase cinematográfico, Zé se apaixona por Stella, uma menina de beleza
rara e olhos de duas cores, em meio a corridas de bicicleta e olhares tímidos trocados pela
janela. A relação dos dois floresce em uma época em que segurar as mãos significava
compromisso sério e declarar amor era feito por meio de bilhetes e canções tocadas na
vitrola. O amor era puro, discreto, e ao mesmo tempo intenso em sua simplicidade.
Timidez, desencontro e a dor da perda
O capítulo retrata com delicadeza o impacto que a timidez pode ter na construção de
vínculos afetivos. Enquanto Zé se expressava em silêncios e gestos contidos, Stella irradiava
extroversão e segurança. Essa diferença entre os dois acabou por abrir espaço para um
desencontro: ela se aproximou de outro rapaz mais assertivo, e Zé experimentou, pela
primeira vez, a dor da perda amorosa.
No entanto, como em todo encontro verdadeiro descrito na obra, essa frustração
desencadeia um processo interior de crescimento. A perda de Stella impulsiona Zé ao seu
terceiro tipo de encontro: o encontro consigo mesmo. Ele reconhece, ainda jovem, a
necessidade de transformar sua maneira de se relacionar com o mundo — e consigo.
O reencontro
Entre saudade e libertação
Décadas mais tarde, o destino — esse personagem invisível que atravessa todo o livro —
costura um desfecho inesperado: Zé reencontra Stella pelo Facebook em 2007. O
reencontro, após tantos anos, é tocante, carregado de nostalgia, encanto e uma revelação
surpreendente: Stella havia guardado os bilhetes de amor do “Zé Bicicleta” e confessou que,
se tivessem conversado mais, tudo poderia ter sido diferente.
Essa confissão não reabre a ferida; ao contrário, traz leveza. Zé compreende, ali, que os
mundos de ambos seguiram caminhos diversos, e que aquele amor, embora profundo,
pertence a um tempo encerrado. O reencontro sela, com maturidade, um ciclo afetivo que
ficou em suspenso no tempo, e que agora pode ser honrado e encerrado.
Dimensão simbólica e psicológica
Simbolicamente, o capítulo trata do caminho iniciático do amor. Stella representa não só a
figura do primeiro amor romântico, mas também a idealização, a beleza inatingível e o
impulso para o autoconhecimento. A bicicleta de Zé, que dá nome ao seu apelido, pode ser
vista como metáfora do movimento, da busca, da travessia entre a infância e a maturidade
emocional.
O reencontro maduro, por sua vez, ilustra uma elaboração emocional: o passado não
retorna para ser revivido, mas para ser compreendido e integrado. O ciclo do primeiro amor
não termina em mágoa, mas em gratidão — um exemplo claro de “arte do encontro” com
o tempo, com o outro e consigo mesmo.
Reflexões para grupos de leitura
1. Como o primeiro amor molda nossa maneira de amar no futuro?
2. O que representa simbolicamente a bicicleta na trajetória do jovem Zé?
3. Você acredita que a timidez pode impedir grandes encontros? Como superá-la?
4. Qual o papel da música na expressão do afeto neste capítulo?
5. Você já viveu um reencontro que trouxe fechamento ou cura emocional?
Conclusão
O Primeiro Amor é um capítulo que celebra a delicadeza do afeto juvenil e a força dos
reencontros que curam. Zé Roberto transforma uma história de timidez e perda em um
marco de amadurecimento e autoaceitação. O tempo, nesse capítulo, é o verdadeiro
costureiro da alma — e o amor, uma arte que não se esquece, mesmo quando já não se
vive.
Capítulo 3
A Jornada de Afirmação da Identidade
Local e tempo: São Paulo, 1963–1965
Síntese narrativa
Neste capítulo, Zé Roberto mergulha em uma das fases mais marcantes da juventude: o processo
de afirmação da própria identidade. Impulsionado por um desencontro amoroso e pelo desejo de
superar a timidez, ele vive um encontro decisivo consigo mesmo — e com sua vocação musical.
A compra da primeira bateria, o surgimento do grupo Quarteto Só e, depois, o nascimento do Bossa
Jazz Trio, marcam o início de uma jornada de autoconhecimento, trabalho árduo e amadurecimento
artístico. Da intenção de “conquistar meninas” nas festas, Zé evolui para a dedicação séria à música,
estudando técnicas, frequentando clubes de jazz e absorvendo influências de grandes nomes da
MPB e do jazz mundial.
Essa trajetória culmina em uma transformação existencial e profissional: o jovem inseguro torna-se
músico profissional, reconhecido no cenário cultural da efervescente São Paulo dos anos 60 — palco
da Bossa Nova, da beatlemania e da emergente MPB. O ápice desse capítulo é o primeiro encontro
com Elis Regina, prenúncio de uma parceria que marcaria a vida e a carreira do protagonista.
Análise simbólica e psicológica
• O bater do coração e o ritmo da vida: A bateria é mais do que um instrumento — representa
o centro rítmico da identidade de Zé. Aprender a tocá-la é também aprender a ouvir a si
mesmo.
• O Juão Sebastião Bar como templo iniciático: Esse espaço representa a iniciação artística e
espiritual. A escuridão iluminada por velas, os sons envolventes e os encontros com músicos
lendários remetem ao arquétipo da caverna simbólica, onde o herói encontra seus mestres.
• O desafio do baterista invejoso (Joca): Uma figura sombria no caminho do herói, cujo papel
é testar sua força interior. A frase “você jamais será um baterista” provoca o despertar do
brio e da fé — um momento de virada anímica, que evoca a ideia de provação arquetípica.
• O Bossa Jazz Trio como expressão do Self criativo: Mais do que uma banda, o trio é a
manifestação concreta de um chamado interno. Ele reúne irmãos de alma e sustenta o
sonho de Zé — um sonho coletivo que se transforma em missão artística.
Temas em destaque
• Afirmação da identidade juvenil
• Descoberta da vocação musical
• Superação da timidez e insegurança
• A arte como linguagem do destino
• Relações de amizade e irmandade criativa
• Desafios e provações no caminho do herói
• Primeiros passos no cenário da MPB
• Início da conexão com Elis Regina
Frases emblemáticas
“O encontro consigo mesmo na adolescência foi quando ele focou em suas próprias necessidades,
emoções e pensamentos.”
“Zé ficou encantado! Romântico como sempre, e vendo nisso uma forma de superar a timidez,
decidiu que iria tocar bateria e conquistar todas as meninas do bairro!”
“A vida e o destino continuaram proporcionando a ele encontros significativos [...] No Juão
Sebastião Bar [...] começou a nascer o Bossa Jazz Trio!”
“O Bossa Jazz Trio, vivia um momento de ascensão acelerada no contexto da MPB [...] já sentiam o
gostinho da fama e ainda por cima ganhavam um bom dinheiro!”
Reflexões sugeridas para grupos de leitura
1. Como o sofrimento de um primeiro amor pode se tornar um motor para o
autoconhecimento?
2. Que símbolos de transformação aparecem na trajetória de Zé entre 1963 e 1965?
3. De que maneira o Juão Sebastião Bar representa um espaço de iniciação artística e pessoal?
4. O que podemos aprender com o modo como Zé lida com a inveja e o desprezo do baterista
“Joca”?
5. Em que momentos da sua vida você sentiu que “descobriu o seu ritmo” como Zé Roberto
fez com a bateria?
6. Como a música aparece aqui como canal de construção de identidade e também de
encontro com o outro?
Capitulo 4
“Um Encontro Transcendental”
O Capítulo 4 é, em muitos aspectos, o coração lírico e espiritual da obra A Arte do Encontro. Nele,
Zé Roberto narra sua profunda e inesquecível relação com a cantora Elis Regina, descrevendo um
laço que ultrapassou os limites do tempo, da fama e da realidade concreta – um verdadeiro
encontro de almas afins.
No início, o capítulo define o que é um “encontro transcendental”: uma experiência espiritual rara,
que marca a alma e transforma quem a vive. Esse conceito torna-se chave para entender tudo o que
segue – não apenas uma história de amor, mas uma revelação de destino e sentido.
A relação entre
“Zé Colméia” e “Catatau”, apelidos carinhosos trocados entre os dois, é descrita com uma mistura
de candura, paixão e intensidade espiritual.
A narrativa entrelaça elementos da juventude, da bossa nova, da timidez e do deslumbramento com
o sucesso. Mas o ponto mais tocante é o constante contraste entre o íntimo e o público, entre o
sagrado da intimidade e o profano da exposição midiática. Zé Roberto revela que, ao lado de Elis,
aprendeu não só sobre arte e emoção, mas sobre a alma humana, suas sombras e sua luz.
Elis aparece como uma figura multifacetada: genial, sensível, intensa, contraditória – um “espírito
muito desenvolvido, mas ainda com provas a suportar”, como diz Dona Isaura, a guia espiritual que
protagoniza uma das cenas mais marcantes do capítulo, quando a cantora entra em catarse
espiritual durante um passe. Esse momento é símbolo da profundidade do vínculo entre os dois:
não só amoroso, mas espiritualmente entrelaçado.
O texto é riquíssimo em camadas simbólicas e emocionais. As referências a obras como O Pequeno
Príncipe e Cidadão Kane não são casuais: elas funcionam como espelhos dos dilemas internos de
Elis e do próprio narrador, revelando dimensões psicológicas profundas — o desejo de ser vista
como única, o medo de amar e ser ferido, e a dor de uma infância (ou pureza) irremediavelmente
perdida.
O ápice emocional do capítulo acontece em dois momentos:
1. Quando Elis, na Venezuela, faz uma declaração espontânea e definitiva: “Este cara é a
pessoa que eu mais amo na vida... e nós nunca vamos poder ficar juntos.”
2. E quando ela canta, olhando para ele, Por um Amor Maior, como uma confissão em forma
de música.
Essas passagens revelam a crueza do desencontro no tempo certo, tema recorrente na obra: a
sincronia de almas que não coincide com a sincronia dos calendários.
No plano simbólico, Elis funciona como Anima, no sentido junguiano: a figura feminina que
desperta, transforma e desafia o protagonista a amadurecer, a se reconhecer em sua própria
profundidade e vocação. Seu impacto ultrapassa o romance: é catalisador de autoconhecimento e
de transcendência.
O capítulo é também um testemunho histórico da MPB nos anos 1960, com bastidores de
programas de TV, festivais, censura e a crescente internacionalização da música brasileira. O auge é
a consagração no Teatro Olympia, em Paris, um momento mágico onde música, emoção e destino
se entrelaçam diante do mundo.
Síntese
reflexiva:
Este capítulo é um tributo ao poder dos encontros que mudam uma vida inteira. Mais que uma
história de amor, é uma jornada de revelação espiritual, amadurecimento e gratidão. Fica a
sensação de que, embora separados, Zé Colméia e Catatau continuam ligados por um fio invisível
que resiste ao tempo: a memória, o afeto e a transcendência do amor vivido de verdade.
Capitulo 5
Reflexões no Veludo Vermelho
Síntese do Capítulo
O capítulo 5 marca um ponto de virada profundo na vida de Zé Roberto, ambientado entre Paris
(1968) e as decisões que desaguam em sua transição da vida artística para a carreira corporativa.
Em um cenário de êxito musical com o Bossa Jazz Trio e a consagração ao lado de Elis Regina, o autor
nos revela que, por trás do glamour e da aclamação, crescia uma inquietação silenciosa: uma dúvida
existencial sobre os rumos de sua vida.
Durante um jantar em um restaurante parisiense, envolto em veludo vermelho e vinho francês, Zé
Roberto tem um momento de intuição profunda, um "despertar" que, embora aparentemente
contraditório com o êxtase profissional, o coloca em confronto com seu verdadeiro propósito. Inicia
se então uma jornada de transição: o fim do ciclo com Elis e com o Bossa Jazz Trio, o início da
trajetória na informática e o desejo de constituir família.
Dimensões simbólicas e psicológicas
• O Veludo Vermelho como Símbolo: A textura e a cor remetem ao luxo e à paixão, mas
também à introspecção profunda. O veludo, ao mesmo tempo que envolve e acolhe, sufoca.
Representa o palco, o aplauso, mas também o lugar onde nasce a dúvida. Ali, Zé tem um
"insight", um encontro com o “adulto jovem” em si, um arquétipo do amadurecimento.
• A "Ebriedade" como canal da intuição: O sentimento de estar tonto, sem ter bebido o
suficiente para isso, simboliza a embriaguez espiritual, a abertura para a escuta da alma,
que sussurra um novo caminho — o da razão, do estudo, da estabilidade.
• O Encontro com Elis: O vínculo com Elis Regina é mostrado não apenas como parceria
artística, mas como uma relação iniciática. Ela o conduz à sensibilidade, à coragem de
demonstrar afeto. Mas ao final, Zé precisa romper — uma separação que carrega tanto dor
quanto libertação, símbolo do fim da “inocência juvenil”.
• Desencontros Amorosos como Portais de Autoconhecimento: Os relacionamentos com
Cristina (sueca) e Elizabeth (americana) não são apenas histórias afetivas, mas também
encontros com outras culturas, modos de vida e consigo mesmo. Cada uma dessas mulheres
representa uma dimensão do que Zé busca (pertencimento, família, espelho emocional),
mas os ciclos se encerram sem conclusão afetiva duradoura.
• Perda e Luto como Iniciadores de Maturidade: A morte trágica de Jairo, seu cunhado e
amigo de juventude, inaugura um novo tipo de sofrimento — o da realidade bruta, onde o
mal toca a vida pessoal. A dor aqui não é apenas luto, mas um abalo estrutural da visão de
mundo.
• O Reencontro com Elis – A Estrela: A morte de Elis Regina é lida por Zé com uma dimensão
espiritual. O trecho de O Pequeno Príncipe conecta o luto à transcendência. Elis se
transforma em símbolo da arte pura, que se doa até o fim, mas que sofre pelas próprias
sensibilidades. O vestido entregue anos depois sela simbolicamente o ciclo de presença dela
em sua vida.
Reflexões Existenciais
Este capítulo é uma poderosa narrativa de encerramentos e inícios. O sonho da juventude se realiza
— mas o seu preço é o questionamento. A fama, longe de bastar, se torna um espelho onde Zé
Roberto se vê dividido. Seu talento o leva aos palcos do mundo, mas é a intuição que o chama para
um novo caminho.
A travessia de Paris para São Paulo, dos aplausos ao silêncio do quarto de estudo, não é só física —
é psíquica e espiritual. Ele desce do palco para subir no palco da vida adulta, onde os holofotes são
substituídos pelas decisões difíceis e pelas perdas que marcam a alma.
Capitulo 6
A Saga no Mundo Corporativo - Período: 1975–2015
Resumo e contexto
No Capítulo 6, o autor narra sua longa e intensa trajetória no mundo corporativo, que se
estendeu por quatro décadas. Após uma fase gloriosa como baterista do Bossa Jazz Trio e
de Elis Regina, Zé Roberto (ou “Sarsano”, como passou a ser conhecido no mundo
profissional) ingressa no universo da tecnologia da informação, iniciando como
programador na Kodak e ascendendo a cargos de liderança em grandes corporações
nacionais e multinacionais. A narrativa destaca não apenas as conquistas e a ascensão profissional, mas também os
conflitos internos, as dificuldades de adaptação, os erros cometidos e os encontros que
marcaram positivamente seu caminho. É um capítulo de contrastes: da inspiração artística
ao pragmatismo empresarial, da sensibilidade do músico à dureza das estratégias
corporativas.
Eixos simbólicos e psicológicos
• O palco silencioso do mundo corporativo:
Ao trocar a bateria pelas reuniões, Sarsano não deixa de ser um artista — apenas
muda de cenário. O palco agora é invisível, e os aplausos vêm em forma de metas
batidas e projetos entregues.
• Identidade dupla: Zé Roberto vs. Sarsano:
A transformação do nome simboliza a cisão da identidade. “Zé Roberto”, o artista
sensível e sonhador, cede lugar a “Sarsano”, o gestor respeitado. Essa tensão entre
dois eus percorre todo o capítulo como um fio invisível.
• O mentor e o inimigo arquetípicos:
Personagens como Alexander, Rafael Sanchez e Victor Merlano representam figuras
de mentor — aqueles que impulsionam o herói. Em contraste, o ambiente tóxico
das empresas e a política corporativa simbolizam os dragões que o protagonista
precisa enfrentar.
• O erro como mestre:
Zé reconhece que insistiu em permanecer no mundo corporativo mesmo após os sinais
de esgotamento. Essa cegueira simbólica representa a dificuldade de aceitar o fim de
um ciclo — uma lição universal sobre o tempo e o ego.
Temas em destaque
• Transformações de carreira e reinvenção pessoal
• O conflito entre sensibilidade e lógica corporativa
• A importância dos encontros e redes de apoio
• A perda de sentido no final do ciclo profissional
• A reconexão com o legado artístico e humano
Citações marcantes
“Ficou louco? O que te deu? Por que você parou de tocar?”
(A incredulidade das pessoas diante da renúncia à música revela a força do chamado
anterior.)
“Sarsano vivia em conflito, pois não conseguia ver com clareza a contribuição social do seu
trabalho.”
(Expressa o vazio existencial gerado por um trabalho que não toca a alma.)
“O verdadeiro legado foi do Zé Roberto, tudo o que realizou no mundo artístico com o Bossa
Jazz Trio e Elis Regina.”
(A identidade profunda ressurge como verdade final.)
Reflexões sugeridas
1. Que fatores levam alguém a deixar uma vocação artística para ingressar em um
mundo mais “seguro” ou convencional?
2. Como lidar com o sentimento de inadequação em ambientes altamente
competitivos?
3. De que forma os erros e fracassos contribuem para o amadurecimento pessoal e
profissional?
4. Qual a importância de reconhecer o fim de um ciclo antes que ele nos desgaste por
completo?
5. Em sua vida, qual foi o “nome corporativo” que substituiu seu “nome verdadeiro”?
Ainda é possível integrá-los?
Conclusão
Este capítulo é um retrato maduro e honesto sobre a vida no mundo corporativo, revelando
suas glórias e sombras, conquistas e decepções. Mais do que uma autobiografia
profissional, é um testemunho sobre a busca de sentido, os limites da ambição e o
reencontro com a essência. Ao final, Zé Roberto volta a si mesmo, como quem retorna de
um exílio necessário — mais forte, mais sábio e mais inteiro
Capitulo 7
“O Destino Colombiano”
Neste capítulo profundamente autobiográfico e simbólico, José Roberto Sarsano narra sua travessia
entre dois mundos: o Brasil corporativo de São Paulo e o chamado misterioso e transformador da
Colômbia — país que se torna, simultaneamente, cenário de reconstrução pessoal, de
amadurecimento afetivo e de virada espiritual.
1. O chamado do destino
O “destino colombiano” começa com uma parceria profissional com Rafael Sanchez, colombiano
brilhante que introduz Zé Roberto a um novo universo cultural. Embora o vínculo seja interrompido
pela morte precoce do amigo, a semente da Colômbia já está plantada. A partir de então, a narrativa
é marcada por perdas, recomeços e um chamado interior que, ainda que envolto em caos e
incertezas, conduz Zé a um novo ciclo de vida.
A mudança de país surge em um momento de crise — financeira, afetiva e existencial —, e é descrita
não como fuga, mas como uma resposta a algo maior, inexplicável, quase mítico. Esse chamado não
tem hora nem lugar certos, mas traz consigo paz e ressignificação. O autor mergulha, assim, na ideia
de que o destino se manifesta tanto através de encontros profissionais quanto de intuições e
sensações internas — como o déjà vu e os sonhos com Medellín, que prefiguravam sua futura
morada espiritual.
2. O encontro amoroso como zênite
Um dos pontos mais tocantes do capítulo é o relato do encontro com Marina, sua companheira de
quase três décadas, apresentado como o ápice do destino colombiano. Mais do que uma história
romântica, é uma narrativa de maturidade, de reconstrução emocional após o fim de um casamento
longo e frustrado. Marina representa o “amor maior”, aquele que ultrapassa a paixão idealizada e
se enraíza na convivência, no cuidado mútuo e na aceitação das imperfeições.
A relação com Marina é descrita como um verdadeiro aprendizado existencial, onde as diferenças
culturais e de personalidade (ela de leão, ele de touro) são superadas por meio do aprendizado do
diálogo, com sofrimento, mas em busca da leveza e do desejo sincero de envelhecer juntos. Aqui, o
amor se revela como construção, não milagre — uma travessia que exige paciência, humor e
resiliência.
3. A queda e o recomeço
Após anos de sucesso e estabilidade na Colômbia, Zé retorna ao Brasil por necessidade profissional,
o que marca uma nova curva no gráfico da vida. Apesar de conquistas iniciais, enfrenta novamente
o colapso — a empresa é vendida, ele perde o emprego e vê desmoronar o que ainda sustentava de
seu velho eu corporativo.
Esse ciclo de declínio revela a insistência em permanecer num mundo que já não lhe pertencia. E,
ao tocar o fundo do poço, surge a virada: abandonar o mundo corporativo e assumir de forma
definitiva sua vocação como educador. Assim, o fim não é queda, mas transformação — uma
metáfora viva de renascimento, coerente com a ideia central do livro de que a vida é feita de
encontros que nos revelam a nós mesmos.
Dimensões simbólicas e psicológicas
• O “chamado colombiano” simboliza a jornada arquetípica do herói: o abandono do mundo
conhecido e o mergulho em terras estrangeiras que, na verdade, espelham a alma.
• O déjà vu e os sonhos premonitórios traduzem a presença do inconsciente guiando a
trajetória — uma sincronicidade junguiana que indica que o destino não é casual, mas
revelador.
• Marina representa a anima, figura arquetípica do feminino que conduz o herói ao
autoconhecimento e à integração.
• A perda profissional aos 60 anos marca o início da “noite escura da alma”, que precede a
iluminação: o renascimento como educador, aquele que agora transmite o que viveu.
Conclusão
O capítulo 7 de A Arte do Encontro é mais do que uma narrativa de migração e romance: é a crônica
da construção de um destino com significado. Zé Roberto transforma perdas em portais, amores em
escola de alma e fracassos em revelações. Em sua travessia entre países, empresas, amores e
sonhos, descobre que o verdadeiro sucesso é encontrar-se. E que o destino, às vezes, fala em
espanhol.
Capitulo 8
A Jornada de Afirmação na Maturidade
O capítulo 8 de A Arte do Encontro é uma celebração da maturidade como plenitude – uma fase de
colheita, mas também de novos começos. A narrativa acompanha a trajetória de Zé Roberto a partir
dos 60 anos, quando, movido por um “chamado interno”, decide transformar conhecimento e
experiência em legado: como educador, escritor, coach e músico. Mais do que um relato
autobiográfico, o capítulo oferece um testemunho espiritual sobre vocação, coragem e reinvenção.
Um recomeço com propósito
A maturidade é apresentada aqui como tempo de escuta profunda. Ao invés de se apegar ao
passado, Zé Roberto responde ao chamado da vida com entrega e propósito. Escreve o livro
Boulevard des Capucines para resgatar a história do Bossa Jazz Trio e homenagear Elis Regina. Ao
mesmo tempo, dá início ao projeto educacional “Seja o protagonista da sua própria vida”, que une
música, biografia humana e coaching, valorizando o autoconhecimento como alicerce de
transformação social. O capítulo nos lembra que a verdadeira maturidade não é estagnação, mas uma nova forma de fluir.
A transição do “Sarsano executivo” para o “Zé Roberto educador” marca essa mudança de
identidade e missão.
A grande travessia: Brasil–Colômbia
O trecho mais pungente do capítulo é a mudança radical para a Colômbia em 2016, motivada por
razões familiares e amorosas. Essa travessia é descrita com beleza e dor: ele deixa raízes, conquistas
e afetos no Brasil, para recomeçar em Medellín, “com o coração e a alma aberta”. A escolha é
embalada por versos do poeta Sérgio Godinho – metáfora do salto no escuro, da coragem de seguir
o fluxo da vida mesmo diante do desconhecido.
O sentimento de pertencimento que Zé encontra na Colômbia é descrito como uma “conspiração
cósmica”. O reencontro com sua vocação de educador se materializa no ILP – Instituto de Língua
Portuguesa – e, especialmente, no encontro com Claudia Lobo, diretora do instituto. O “déjà vu”
que sente ao conhecê-la simboliza um reencontro de almas que compartilham missão, raízes e amor
por dois países.
Do professor ao educador
Zé Roberto se reinventa como professor de português, mas seu trabalho vai além da docência: ele
se torna um educador no sentido pleno, alguém que inspira e provoca transformações. Desenvolve
um estilo próprio baseado na música, na empatia e no coaching educativo. Seus alunos passam a
chamá-lo com carinho de “Profe”, “Maestro”, “Josi” – nomes que atestam não apenas seu papel,
mas seu afeto.
O trabalho com jovens colombianos, em escolas como o IE Paulina, marca um novo ciclo: o projeto
“Razón para Vivir”, escrito em espanhol, leva adiante sua missão de inspirar a juventude a sonhar,
refletir e assumir as rédeas de sua própria história. Aqui, o educador se torna semeador de futuros.
A música como legado eterno
Mesmo afastado do Brasil, Zé é surpreendido pelo retorno da música em sua vida. Apresentações
no Clube de Jazz de Medellín, em universidades e tertúlias culturais o reconectam com seu passado
artístico e reafirmam a força perene da arte como ponte entre povos, tempos e almas. Tocar
novamente, ensinar sobre o jazz e a MPB a jovens músicos colombianos é, para ele, uma espécie de
milagre afetivo.
Reflexão final
Este capítulo é uma poderosa ode à vocação como força vital. Zé Roberto mostra que o sentido da
vida não está na linearidade da carreira, mas na capacidade de ouvir os sinais, respeitar os ciclos, se
despedir do que precisa ir e abraçar o novo com coragem.
O narrador nos convida a entender que:
“Educação é sobre vocação. E este sentido maior é recompensado pelo carinho e reconhecimento
que se recebe de alunos, leitores e seguidores.”
Trata-se de uma jornada de alma, onde a maturidade é o palco da transmutação, e a vida, mesmo
em sua segunda metade, continua sendo arte do encontro, do aprendizado e do amor cultivado
com consciência.
Epílogo
A Essência dos Sentimentos
O epílogo de A Arte do Encontro é um fecho lírico e espiritual para uma narrativa que foi,
do início ao fim, uma celebração da vida como movimento de alma. Não é um ponto final,
mas uma vírgula poética, abrindo espaço para a continuidade da existência e dos vínculos
que transcendem o tempo.
A vida como entrelaçamento de encontros
Zé Roberto encerra sua jornada com uma consciência ampliada: o sentido da vida está nos
encontros que nos moldam, transformam e sustentam. A maturidade revela que os
sentimentos mais profundos não são aqueles que duram para sempre, mas os que deixam
marcas eternas na alma. O texto transita entre o íntimo e o coletivo, entre o humano e o
mítico.
O poema de abertura é o fio condutor simbólico: os “caminhos misteriosos do destino” e
os “segredos dessa vida” apontam para o mistério fundamental que rege os encontros
humanos. A vida é descrita como uma dança de entrelaçamentos, partidas e recomeços –
um enigma amoroso e espiritual.
O legado dos afetos e das almas afins
O epílogo revisita personagens marcantes da trajetória de Zé: Marina, a esposa que
representa o amor maduro; Elis Regina, o amor mítico e eterno; os amigos que
permaneceram; Claudia Lobo, a alma de missão; e, especialmente, os alunos – muitos dos
quais se tornaram almas afins.
Zé reconhece que nem todos os encontros são extraordinários, mas alguns atravessam o
ordinário e tocam o sagrado. É nesses vínculos que há aprendizado mútuo, partilha de
dores, sonhos e silêncios que curam. Esse reconhecimento é um testemunho da
espiritualidade relacional: é no outro que nos tornamos inteiros.
A paternidade como sentido último
Mas a essência do epílogo está no encontro com os filhos – Roberto, Andressa e Maria
Antônia. O amor por eles é descrito como incondicional, eterno e transformador. Para Zé,
ser pai foi a experiência mais profunda de crescimento espiritual. A caçula Maria Antônia,
chegada num momento de crise, simboliza a redenção pela presença, o recomeço
inesperado, o amor que restaura e reconcilia.
A paternidade é aqui mitificada: representa não só a continuidade biológica, mas a
imortalidade da alma, o legado de valores, memórias e presença. Com ela, Zé experimenta
o que talvez seja o encontro mais puro de sua vida.
Entre inocência e reinvenção
Zé revela que carrega consigo a nostalgia da infância – o “Zé Bicicleta”, a bolinha de gude,
os jogos de botão – e, ao mesmo tempo, a alegria de continuar se reinventando. Essa
dualidade entre o passado encantado e o presente esperançoso expressa o verdadeiro
espírito do protagonista: um homem que amadureceu sem perder a criança sagrada que
habita dentro dele.
A presença de Anima
A voz final do epílogo é de Anima – arquétipo junguiano da alma feminina interior. Ela é a
narradora silenciosa, o espírito guia que ajudou Zé a integrar suas sombras e encontrar
equilíbrio nos afetos e nos vínculos. Ao dizer “eu continuo ajudando o Zé”, Anima se revela
como a força psíquica que inspira empatia, sensibilidade e transcendência nas relações.
A mensagem final é clara: os desencontros também são guias do destino, pois nos forçam
a mudar de rota, sair da zona de conforto, e estar prontos para os encontros que realmente
importam.
Conclusão
O epílogo é uma despedida serena, madura e profundamente espiritual. Ele nos convida a
olhar para nossas próprias histórias com ternura e reverência, reconhecendo que o que
realmente importa são os laços que cultivamos, os afetos que despertamos e os
aprendizados que partilhamos.
"No final, a beleza da vida reside exatamente nesses encontros e desencontros, nos sorrisos
e lágrimas que compartilharam, e nas histórias que continuam a escrever."
Este é o coração do livro – e da vida.
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