Remembering the Rain - O Jazz de Bill Evans

 


William John "Bill" Evans (Plainfield, 16 de agosto de 1929 — Nova Iorque, 15 de setembro de 1980) foi um pianista norte-americano, considerado um dos mais importantes músicos de jazz da história, sendo até hoje uma das referências do piano de jazz pós-50. “Remembering the Rain” a canção publicada neste post é composição de Bill Evans.

Considerado um dos pianistas de jazz mais importantes de todos os tempos, Bill Evans mudou a maneira de tocar piano no jazz, influenciando pianistas como Herbie Hancok, Chick Corea, Keith Jarret, Hapton Hawes, Steve Khun, Alan Broadbent, Denny Zeitlin, Paul Bley, Michel Petrucciani e muitos outros. Gene Lees (FEATHER e GILTER, 1999, p.214) o considerou a maior influência pianística de sua geração, especialmente pela sua nova abordagem da sonoridade e da harmonia. Para James Lincoln COLLIER (1978, p.393), Evans representa a maior influência entre os pianistas desde a década de 1960: "[Evans mudou] a linguagem do piano no jazz moderno, incorporando procedimentos harmônios derivados dos impressionistas franceses, forjando um estilo coletivo conhecido pelo contraponto ao mesmo tempo rítmico e fluido" (TEACHOUT, 1998, p.46).

Quando o pianismo de Evans aparece em uma discussão sobre jazz, duas questões que geralmente vem à tona são seu estilo lírico e sua abordagem harmônica. Sua sonoridade única tornou-se diferente do que predominava em um período no qual o bebop reinava. Mesmo hoje, Evans é citado como um modelo pelos críticos de gravações de piano do jazz atual. É muito comum o comentário no qual o pianista que está sendo avaliado mostre influências de Bill Evans. Alguns dos trios de Bill Evans estão entre os melhores trios de jazz de todos os tempos. Ele e seus colegas de trio mudaram a natureza desta formação para algo de fato coletivo, ao contrário de uma formação em que se ouviam papéis bem delimitados para o piano, o contrabaixo e a bateria. O que hoje se tornou algo mais comum foi algo inteiramente novo na época em que Evans começou a fazê-lo.

Além de grande pianista, Evans também foi um grande compositor, embora muitos desconheçam esse fato, o que contribui para que não seja devidamente estudado ainda. Os livros, teses, dissertações e artigos sobre Evans tem tratado mais de seu estilo de performance e improvisação, mas não de seu estilo composicional.

O objetivo de uma composição de jazz é preparar o palco para a improvisação que se segue ao tema e, por isso, é sinônimo de improvisação e não de realização de notas escritas. Evans escreveu canções como precursoras de improvisações, mas ao mesmo tempo, acreditava firmemente que a improvisação era altamente dependente do que o tema original tinha a dizer (EVANS e EVANS, 2004). O performer, compositor e educador de jazz Harold Danko diz que

"Em nenhum lugar podemos aprender mais sobre a linguagem musical de Bill Evans do que nas suas próprias composições. . . podemos aprender como ele chegou ao conteúdo musical por meio do processo de composição. . . ao longo dos anos, ele utilizou suas próprias composições como veículos para improvisação; e a presente geração pode seguir seus passos investigando sua importante produção como compositor" (WETZEL, 2003). 

J. William MurrayI; Tradução de Fausto BorémIII 


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